PUBLISHED: Jan 19, 2015
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Nevada Da Canção Nativa - 5ª Edição - 2010
"Eu tenho alma das antigas carretadas"
Letra: Anomar Danúbio Vieira
Eu tenho alma das antigas carretadas
Sorvendo léguas de estradas, no tranco lerdo do boi
Vivência rude, semeadeira de querência
Que por rangir da resistência, insiste que não se foi
Eu tenho alma, de bagual de queixo atado
Bem cozido e despachado, na doma tradicional
Serviço bruto, de paciência e fundamento
Quando arrocha sentimento, junto ao tento do bocal
Eu tenho alma de rodeio bem parado
Quando mangueira trançado zunia cortando o rasto
E o peão campeiro se escondendo na presilha
Recomendava tordilha que vinha embaixo dos bastos
Talvez por isso eu seja um pouco intransigente
Com essas coisas diferentes com essa mania do novo
Pois não esqueço de buscar a evolução
Sustentando a tradição e a cultura do meu povo
Eu tenho alma de bailongo de candieiro
Quando só gaita e pandeiro faziam festa grongeira
E a madrugada se luzia querendona
Admirando a sinhá dona com olhos de lua inteira
Eu tenho alma de fumaça de braseiro
De serração e palheiro perfumado a figueiria
No galpão tosco pau a pique bem quinchado
De mate amargo jujado com carqueija ou maçanilha
Eu tenho alma de um domingo de carreira
Cancha reta na fronteira sombra de rancho e ramada
Lá de onde atada bem ferrada se floreia
Pra viajar na volta e meia campeando suerto clavada
Refrão 2X