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From the album "A Roda do Tempo", released by Cynfeirdd on December 15th.

https://thejoyofnature.bandcamp.com/album/a-roda-do-tempo

Despertam manhãs de sangue
Sobre as cinzas da criação.
Despertam novas manhãs
Sobre bosques encantados
Outrora perdidos
Nas brumas da inocência.
Despertam manhãs de sangue
Sobre a ignorância e a mentira.
Novos dias de silêncio
Desabrocham com perfume a cedros.
Sob o sol ardente da manhã
Deito-me sobre campos de milho.
Sob a luz da lua cheia
Inalo incenso e mirra.

Tão cedo o nosso Sol se transforma em neve!
E da neve que água beberemos?
Como grãos de areia a escorrer-nos pelos dedos,
O sangue a vazar-nos das veias.
Da cinzas a criação
A cada instante imensurável
No constante fluir das águas em torrente.
A água não passa de forma igual
Sobre a pedra no fundo do rio

Por entre as ruínas que brilham
Sob o sol do fim de Verão,
A minha alma enche-se de luz
Ao observar a beleza do que resta da obra do Homem.
Respiro o ar fresco de Nordeste
Que me toma de calma tristeza,
Que por feitiço desconhecido
Leva-me a terras que já senti.

Com o meu coração de Inverno
Semeio a desolação do amor.

Dawns of blood awake
Over the ashes of creation.
New dawns awake
Over enchanted woods
Once lost
In the mist of innocence.
Dawns of blood awake
Over ignorance and lies.
New silent days
Blossom with a cedar scent.
Under the burning morning sun
I lay down over fields of corn.
Under full moon light
I inhale incense and myrrh.

So soon our Sun turns into snow!
And from the snow what water shall we drink?
Like grains of sand slipping through the fingers,
Blood leaking out from the veins
From the ashes, creation
At every immeasurable moment
In the permanent flow of torrential waters.
The water doesn’t pass in the same way
Over the rock at the bottom of the river.

Between the ruins that shine
Under late Summer’s sun,
My soul is filled with light
Watching the beauty of what’s left of men’s work.

I breathe the cool Northeast air
That takes me with calm sadness,
And for an unknown spell
Takes me to lands I already felt.

With my Winter’s heart
I sow the desolation of love.