PUBLISHED: Jun 21, 2011
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A Morte Saiu À Rua
A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome pra qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai
O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte "o pintor morreu"
Teu sangue, pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina a morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou
Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada há covas feitas no chão
E em todas florirão rosas duma nação
A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome pra qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai
O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte "o pintor morreu"
O pintor morreu
O pintor morreu
O pintor morreu
O pintor morreu
Letra e Música: José Afonso
Álbum: Eu Vou Ser Como a Toupeira (1972)
Letra retirada de http://www.aja.pt/discografia.htm