DESCRIPTION:
Artista: skilla https://www.facebook.com/Skilla-Benema-412537275770289/
Faixa: Corvo
Mixtape: Qual idade?
Beatbox scratch: Beator
Mistura e masterização: stanis

Link para download:
http://dopefile.pk/k9wke1lj7tf9

Letra:

o corvo era tão lindo, enquanto ele foi indo eu não tava vendo eu sei
e ele vai-se rindo, ruído vai subindo mas ninguém tá sentindo

e eu digo-te..(4x)

há gente na esplanada, só conversa fiada
discutem a jornada, gabam-se de mulher cornada
pagam uma rodada com uma filha abandonada
que nunca recebeu chamada, nem um olá nem nada
e aquela cota minada, vida contaminada
ninguém dá nada por ti, cota foste fiada
mulher, cuidado onde pões e esfregas essa rata
homens sem colhões enforcam-te na gravata
people curte a sarda pede por uma noitada
numa noite bem passada lá se foi a renda de casa
pensão atrasada, b.i. e foto caducada
farto da familia e a familia de ti tá farta
arrisca a tua sorte raspadinha tá barata
people vende corte, bolsos cheios de paca
fumos fazem putos seguir uma pesada
o que não existe em casa a rua dá de graça
um pai que não conhece uma mãe destroçada
rapariga tá na linha acha-se mais engraçada
arrogância tatuada numa cabeça queimada
vira o tampo da guitarra e alimenta essa traça
maça envenenada..
agora és um gato de mil vidas que entrou numa nova etapa
os prédios tão mais altos algo se passa
já não vejo o céu tou a viver uma metáfora
ficar a ver a vida aos olhos duma bala
na esperança que ela erre a trajectória e acerte noutra alma
sacos de lixo com membros a sujar calçada
há de tudo em todo lado quando um tudo vale nada
bombas educadas uma avó fica chocada
palavras misturadas numa rua alagada
o futuro de qualquer um agora cabe numa mala
fenómenos abafados, heterónimos em larga escala
mas lá fora depois desta janela que me guarda
as câmaras tão curiosas a ver quem calha a fava
a cidade não descansa, a cidade já não pára
e o inverno já não chora numa cidade controlada
coitada da criança que enrolou-se na fezada
hoje só conhece dois sítios, a esquina e uma esquadra
esta página é o início duma história mal contada
o final ninguém sabe a última folha foi rasgada

e eu digo-te..

já não sei quando foi que eu dormi
a capa de cd tá meio embaciada
o sol lá fora é o mesmo de há três dias
e a cabeça já há quatro que acusa as noitadas
mas eu deixo-me levar sem passar o primeiro andar
o meu cérebro pede ao corpo pa encher a tara
vou sair despercebido não sei quem vou encontrar
olhos refundidos, óculos escondem a minha cara
um dia lá fora é uma hora dentro de casa
as paredes sussurram aos ouvidos desta sarda
às vezes não entendo ou desalinhei um chakra
às vezes só entendo a linguagem da garrafa
dentro deste aquário sou apenas uma migalha
contra-capa encadernada a fumar uma ventilada
esta metáfora não me larga eu sei que sou uma maçada
e este mundo é uma falseta do maestro desta farsa
pessoas olham-me de lado como se fosse acabar na vala
tou-me bem a cagar pa quem encheu o cú e não me fala
monoteísmo abstrato, viatura articulada
carne é o que se quer numa mente encornada
na minha ou na tua cidade há o karma
de esmiuçar o dia como se não houvesse data
um dealer de eleição, oito horas com uma bata
o verdadeiro chumbo é derretido nessa prata
razão de vida adulterada inteligência foi estudada
pa tu seres mais obdiente do que um cão que dá a pata
aluno vai ao quadro, é burro não se enquadra
saio de casa e não me enquadro, só me enquadro nesta quadra
então já não penso muito, a loja tá fechada
o que tinha pa dizer tá resumido nesta carta
já só quero envelhecer com a minha boina e a minha bengala
o resto não me importa eu meto tudo no mesmo saco e halla

o corvo era tão lindo, enquanto ele foi indo eu não tava vendo eu sei
e ele vai-se rindo, ruído vai subindo mas ninguém tá sentindo