João Sabiá - Nossa Copacabana (Álbum Completo) - Video
PUBLISHED:  Nov 03, 2015
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NOSSA COPACABANA

01- Nossa Copacabana - João Sabiá e Guiga Sabiá
02- Manéra (part. Wilson Simoninha) - João Sabiá e Guiga Sabiá
03- Ô Solange - João Sabiá e Guiga Sabiá
04- Dona Diva e Seu Odilon - João Sabiá e Guiga Sabiá
05- Meu Iê Iê Iê - João Sabiá e Mu Chebabi
06- Dona Mocinha - Guiga Sabiá
07- Carne de Sol - João Sabiá e Guiga Sabiá
08- Biriba - João Sabiá e Guiga Sabiá
09- Brigada Com Deus - João Sabiá e Guiga Sabiá
10- O Encontro do Seu Zé com a Mãe Alice - João Sabiá e Guiga Sabiá

Direção Artística – João Sabiá
Produção Musical - João Sabiá e Fred Ferreira
Arranjos de Base – João Sabiá e Fred Ferreira
Arranjos de metais e regência – Fred Ferreira
Arranjos de Violino – Fred Ferreira
Produção Executiva – João Sabiá
Concepção de Capa – João Sabiá e Guiga Sabiá
Arte Gráfica – Guiga Sabiá e Ronaldo Serrano
Fotos – Arquivo de família
Mixado por Fred Ferreira e João Sabiá nos estúdios “V&V Records”
e “Estúdio De Outro Planeta”
Masterizado por André Dias no estúdio Post Modern Mastering


COM A PRINCESINHA DEBAIXO DO BRAÇO

Em “Nossa Copacabana”, João Sabiá traz o samba, o suingue e a harmonia para passearem pela Barata Ribeiro

Está tudo em casa. O parceiro é o irmão, a capa é ilustrada com um caloroso abraço do pai e a poesia é pura brisa do mar no bairro que acampa sua vida. O terceiro disco de João Sabiá, “Nossa Copacabana” (Coqueiro Verde Records), que desliza suave pelas marolas da Princesinha do Mar, é tão docemente caseiro que soa universal. Suingado, delicado, esperto, maroto, quente, escaldado, bonito, fofo, lapidado em pedras portuguesas e maresia, é um baita dum trabalho.

João Sabiá é craque da gafieira, do som para dançar, da música carioca interplanetária que habita, desde a bossa nova, o mundo. Natural que Sabiá, autor de ‘Pisando de leve” (2006) e “My black my nega” (2010), arrastasse suas asas para um bairro que foi amante de Tom e de Vinicius, que viu Fausto Fawcett sublinhar sua noite submunda e frenética, que testemunhou cada poema fornido por Carlos Drummond de Andrade.

As 10 canções de “Nossa Copacabana”, um disco que já nasce internacionalizado, com propostas de distribuição na Europa, nos Estados Unidos e no Japão, são uma espécie de bússola musical de Sabiá. As parcerias musicais com o irmão publicitário, produziram um retrato de Copacabana que materializa tudo que o bairro é desde sempre: indefinível.

João gravou quase todo o disco em casa. Chegou a pôr voz dentro de um armário do seu quarto, devidamente preparado para captar o melhor do silêncio em busca de registros mais secos. Isso é muito claro logo na abertura, com a faixa-título a reboque de uma voz quase bossa-novista, um João Gilberto tomando banho de sol no Calçadão. “Mas praia sempre dá/é só você chegar/vamos mergulhar/vamos refrescar/e depois secar/Em Copacabana”, diz o refrão, destilando personagens do bairro, cinematograficamente, com a morosidade de um belo dia de verão.

O disco vende, de início, uma beleza harmônica cativante, digno dos melhores registros dos clássicos da música brasileira dos anos 60, mas é só a primeira e breve impressão jobiniana. “Nossa Copacabana” é balanço total. Tais pegadas são visíveis no auxílio bacana de Simoninha, que jogou ainda mais tintas em “Manéra”. “Ô Solange” e “Dona Diva e Seu Odilon”, com samba no pé e na cabeça, seguem a árvore genealógica do disco, sinuosas na pista, saltitando em trilhas para encontros ensolarados.

“Meu iê iê iê” (parceria com Mu Chebabi) carrega o sotaque soul que se reformatou na música brasileira a partir dos anos 2000, nas andanças de novos artistas como Jair Oliveira e Pedro Mariano, mas que nas mãos de Sabiá é cerveja gelada no isopor. “Dona Mocinha”, de Guiga Sabiá, arraiga-se no sincretismo com violões e percussões de terreirão.

Quando chega “Carne de sol”, o disco de João Sabiá parece nascer de novo. Canções começam a se revelar, harmonias lindas, vocais idem, mas com a sacola de produtos de Copacabana debaixo do braço, como “Biriba” ou “Brigada com Deus”. O desfecho é uma festa-despedida à la Benjor com “O Encontro do Seu Zé com a Mãe Alice”, dando fecho a um disco com cara de domingo, mas também de Barata Ribeiro, de Sobre as Ondas, de Beco das Garrafas, de Fiorentina, de Bairro Peixoto, de Leme, de Bip-Bip, mas acima de tudo com a cara de João Sabiá, que sobe o morro e vê o mundo de cima, num outro patamar, um outro artista, com um novo futuro.
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