Fino Coletivo

Fino Coletivo
“Copacabana” / Oi M�sica (2010)
por Bruno Maia



“Copacabana” � um disco pra tocar na festinha, na festona, no r�dio, no mp3 player e deixar o clima temperado. Quem vai?



Uma das certezas que se tem ao ouvir este novo disco � que a sonoridade da banda est� consolidada como algo original e autoral. Quem conheceu o primeiro trabalho deles (Fino Coletivo/2007), reconhecer� facilmente o grupo em “Copacabana”. Quem for apresentado agora, n�o ter� dificuldade de sacar qual � a dos caras. A presen�a dos vocais inspirados no samba, o wah wah na cores do viol�o turbinado, as vozes registradas tantas vezes em coros (sobretudo nos refr�es), as letras bem cuidadas fazendo refer�ncias �s estruturas do samba-can��o e do sambalan�o, o groove e soul dos baixos e percuss�es, sempre convidando pra dan�ar, se somam de uma forma definitivamente particular. N�o foram � toa os pr�mios dados ao grupo em sua estreia, como o respeitado reconhecimento como “Melhor Grupo” pela APCA (Associa��o Paulista dos Cr�ticos de Arte) em 2007.



� dif�cil negar que esse � um disco um pouco mais ‘carioca’ do que o primeiro e que um dos grandes m�ritos da banda est� em achar uma sonoridade original para essa tal carioquice. Sim, porque a express�o “sonoridade carioca” ao longo dos anos virou campo prop�cio a uma s�rie de clich�s estimulados pelos sucessos, sobretudo, do samba e da bossa nova, normalmente associados ao som da moda. Agora n�o. O Fino Coletivo consegue desenvolver isso sem que essa “carioquice” seja restritiva, nem soe como uma bandeira – afinal, dos tr�s compositores atuais, dois s�o alagoanos. E a receita deles � simples e potente: a (boa) falta de purismos, um esmero l�rico ligado � estruturas do samba e suas vertentes, os arranjos feitos para comportar efeitos, texturas e programa��es junto com coros de vozes e bons refr�es. O nome “Copacabana” � uma met�fora eficiente para uma babil�nia de sons e refer�ncias, poss�vel de ser sintonizada em qualquer parte do mundo.



Depois de quase dois anos rodando o pa�s com esta forma��o, n�o resta muito o que dizer sobre o entrosamento da banda e sobre a consci�ncia que eles t�m do que fazem musicalmente. Apesar da estrada ter se estendido para muito al�m das fronteiras regionais, a cancha dos palcos cariocas trouxe esse certo sotaque j� citado. E � assim que o canto arrastado de samba-can��o encontra o groove do baixo e dos metais j� em “Batida de trov�o”. O resultado sonoro da faixa de abertura remete � uma noite de s�bado daquelas, logo no in�cio do �lbum. “Espantando a solid�o” � o verso que resume a pretens�o dos caras. Expectativas e empolga��o. E a�, vai cair pra dentro? Se sim, escolheu bem.



Discografia
Fino Coletivo (2007)
Copacabana (2010)