Apoena

Location:
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, BR
Type:
Artist / Band / Musician
Genre:
Other / Alternative / Rock
Site(s):
O frenesi de acessos diários aos sites de novos artistas na Internet não nos deixa mentir. Estamos vivendo a revolução por que tanto ansiaram nossos músicos, cansados da tirania das gravadoras e dos pacotes pré-moldados exigidos pela massa consumidora.



É justamente na era da Internet e da ousadia que se encaixa o mais recente disco solo do artista independente Apoena, intitulado Desacorde. Sem medo de confundir ou de “espalhar as certezas de quem se achar decidido”, como canta na música título do álbum, Apoena produz um som de tempos quebrados, harmonias complexas e melodias que exigem mais de uma ou duas audições para se tornarem assimiláveis. “Sempre gostei de tempos quebrados. Para mim, eles são tão comuns quanto o 4/4 ou o 6/8, mas as pessoas em geral gostam de ouvir o que já estão acostumadas a ouvir. Não acho que o incomum seja uma obrigação, mas sinto falta disso na música pop. É possível criar refrões e melodias assobiáveis em cima de bases mais perigosas, menos estabilizadas e firmes.”

Consumidor compulsivo de música, Apoena ouve de tudo: absorveu, desde pequeno, os vinis de sua mãe, uma coleção que possui até hoje e que tem desde Lulu Santos a música étnica africana, passando por Beatles, Led Zeppelin, Roberto Carlos, Gilberto Gil, entre outros. “Lá em casa a gente não pensava muito antes de botar um disco na vitrola.” Seu ecletismo e sua capacidade de sintetizar todas as suas influências em um estilo único e pessoal, são o ponto forte do disco, que, aliás, ele mesmo produziu. De maneira muito natural, ele consegue fundir os caminhos harmônicos da bossa nova e da MPB com as guitarras distorcidas e baterias ousadas do rock internacional. E, sobretudo, consegue permanecer pop e agradável, mesmo no meio do furacão de sofisticação musical.

Com relação à temática, o disco aposta na negação, que já se deixa ver no prefixo do título. Como se a soma de todas as suas influências tendesse a um zero absoluto, um silêncio primordial sobre o qual cada nota e cada palavra readquirem seus valores mais profundos. “Música é tensão e resolução. Foi justamente esta instabilidade que tomei como tema para o disco. Eu queria falar sobre o nada, sobre a ausência e acabei usando contrários, antônimos e inversos.”

Cansado de ouvir as respostas negativas das gravadoras e desanimado com a qualidade cada vez mais baixa dos produtos do mainstream, Apoena assumiu a independência e abriu seu próprio selo musical, chamado TUMDUM, que lançou o Desacorde em 2008. Para ele, as novas maneiras de divulgar música provocaram uma verdadeira revolução musical no mundo: “Acho que a música está em sua melhor fase. Quando temos um espaço democrático como a Internet em que o artista pode agir sem intermediários, assistimos ao aparecimento de artistas puros, que não se deixam modelar pelo mercado; então temos uma verdadeira chuva de novos talentos de muita qualidade”.

Desacorde nos faz acreditar piamente nisso: a originalidade do trabalho é arrebatadora. Desde o início da audição temos a sensação de que estamos diante de uma virada fundamental da música brasileira, de um artista que soube gritar o que há de mais angustiante e humano e polir seu grito para torná-lo irresistivelmente encantador.



 

 

 

 

 

 

 



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