CéU

Location:
São Paulo, BR
Type:
Artist / Band / Musician
Genre:
Tropical / Crunk
Site(s):
Label:
Ambulante Discos / Urban Jungle
Type:
Indie
Vai pegar feito bocejo!



“Vagarosa", o segundo disco da cantora e compositora Céu, transcorre suave nas curvas das 13 faixas, que ziguezagueiam em várias direções mas apontam (quase sempre) para esquinas aconchegantes entre as músicas brasileira e jamaicana. Passados cinco anos do primeiro disco, ela deu tempo ao tempo. A boa repercussão do trabalho a levou em turnês Brasil e mundo afora e, sem pressa, ela fecundou o novo repertório. E esta calma chega ao ouvinte logo na primeira audição: ainda é na roda da saudável malemolência que as canções giram – ora na cadência bonita do samba (“Sobre o Amor e Seu Trabalho Silencioso”, “Vira Lata”), ora no transe do reggae (“Cangote”, “Cumadi”, “Cordão da Insônia”), ora em climas de inspiradora e inspirada letargia (“Bubuia”, “Ponteiro”, “Espaçonave”).



“Este período foi necessário para que eu pudesse divulgar legal o primeiro disco, tocando em vários lugares que só depois de muito tempo consegui ir (João Pessoa, Salvador Porto Alegre), pra ter novas histórias pra escrever, pra cuidar da minha filha.”, diz Céu. “O que mais me inspira na vida é mesmo o dia-a-dia, é estar presente de verdade nas situações mais simples: no café que você toma com um amigo, na fralda que eu troco da minha filha, nos problemas e alegrias que surgem. Um pouco de leseira e preguiça não faz mal a ninguém. O Dorival Caymmi é que estava certo!”



Com a voz ainda mais potente e versátil, Céu trabalha as harmonias em arranjos elaborados e surpreende com novos recursos. A roupa instrumental que veste seu timbre é igualmente instigante e o trabalho de estúdio, de cara, bate no ouvido. Quatro produtores assinam “Vagarosa”: a própria Céu; Beto Villares, também produtor do primeiro disco; Gustavo Lenza, responsável pela produção dos discos do Curumin; e Gui Amabis, parceiro de Céu no projeto Sonantes . As cantoras e compositoras Thalma de Freitas e Anelis Assumpção participam da gainsbourguiana “Bubuia” e as três vozes, com diferentes divisões e timbres somados, se misturam e levam a faixa para além da imaginação. Los Sebozos Postizos – aqui representados pelo guitarrista Lúcio Maia, o baixista Dengue, o baterista Pupillo (todos da Nação Zumbi) e Bactéria (ex-Mundo Livre S/A) – carregam no sotaque jamaicano em “Rosa, Menina Rosa” (de Jorge Ben), única versão do disco. E Fernando Catatau, do Cidadão Instigado, toca guitarra e dá o toque de psicodelia em “Espaçonave” e colore a paisagem climática de “Bubuia”.



Há, ainda, duas contribuições de luxo: Luiz Melodia divide os vocais com Céu em “Vira Lata” e o baterista Gigante Brazil, morto em 2008, toca em duas faixas – “Cangote” e “Papa”. “Eu estava com o Luiz Melodia na cabeça desde o primeiro disco. Compus ‘Vira Lata’ pensando na voz dele. Fiz um show com ele há dois anos e essa foi a deixa para eu perder a vergonha para chamá-lo”, diz Céu. “O Gigante é outro cara que eu queria trazer para o disco de qualquer maneira. Vi um show da banda Isca de Polícia, em 2006, e fiquei chocada com ele tocando e cantando. Bendita a hora que ele gravou, fico emocionada só de lembrar.”



Artista contratada do selo independente Urban Jungle, Céu lança “Vagarosa” com distribuição da gravadora Universal no Brasil. Na maciota, devagar e sempre, ela se espreguiça cada vez mais confortável no colo dessa tal de MPB.



Por Ramiro Zwetsch
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