Cachorro Grande

Location:
São Paulo, São Paulo, Br
Type:
Artist / Band / Musician
Genre:
Rock
Site(s):
Label:
Deckdisc
Type:
Indie
O que você tem nas mãos é Cinema, o novo disco da Cachorro Grande. E quer saber duma coisa? Não são apenas novas canções ou aquele mesmo rock carimbado por fibra, pegada certeira e desprendimento. Pode até parecer isso, mas os caras foram realmente além. Fizeram um trabalho recheado, empolgante e visceral. O resultado está bem aí, diante dos seus olhos (e chegando aos seus ouvidos, caso já esteja ouvindo).
Bom, antes que alguém possa perguntar não se trata de uma homenagem exclusiva à dita sétima arte. Apesar dela também ter servido de inspiração, o nome escolhido veio da lida dentro do estúdio. Gross explica melhor: "durante a mixagem, acrescentamos um monte de detalhes, como sons de moto, vento, gaivota e raio". Parecia que estávamos fazendo a trilha sonora de um filme. O disco tinha que se chamar "Cinema". Dito e feito.



Agora, imagine cinco caras que adoram tomar cerveja curtindo o rock das décadas de 60 e 70. Pense que também são todos músicos e estão gravando seu próximo disco com equipamentos analógicos. Tudo a ver, certo? Pois foi com esse ar vintage que a Cachorro Grande preparou Cinema, "o trabalho mais aprumado em termos de som", segundo Gross. "Sempre quis gravar desse jeito", empolga-se Rodolfo.



A banda passou cerca de vinte dias no estúdio da Acit (Porto Alegre) registrando suas doze novas faixas. A produção ficou a cargo do chapa Rafael Ramos, que mais uma vez conseguiu captar a mensagem dos roqueiros gaúchos – haja vista a satisfação dos caras, resumida nas palavras do Gabriel: "Conseguimos reproduzir todas as nossas ideias. Deu trabalho, mas aconteceu tranquilamente".



Claro que para se chegar a tal ponto foi preciso um fraternal entrosamento. Além de ser uma banda que está há dez anos na estrada, a formação atual é a mesma desde 2005. Depois de muitos shows e um disco (Todos os Tempos), Beto Bruno (voz), Marcelo Gross (guitarra, voz), Rodolfo Krieger (baixo, voz), Pedro Pelotas (piano/teclado) e Gabriel Azambuja (bateria) encontraram a medida exata para fazer sua química acontecer. Qual é o segredo? Pelotas arrisca com bom humor: "ainda fazemos rock pra nos divertir, tomar cerveja, viajar e dar risada. Só que estamos nos levando um pouco mais a sério".



O repertório ficou uma colcha costurada com retalhos de psicodelia, instrumentos como cítara, bases densas, ambiências e umas outras maluquices (no bom sentido, claro). "É um disco de space rock", descreve Gross. "A diferença entre esse e os nossos outros é que deixamos nos levar mais pela sonoridade dos anos 70, de Pink Floyd, Jethro Tull e Led Zeppelin". Outro detalhe relevante é que todos participaram do processo criativo com maior envolvimento. Há, inclusive, "A Hora do Brasil", uma composição assinada pelos cinco – feito inédito. "Essa é muito especial porque foi a primeira vez que nós cinco fizemos uma música juntos", conta Pelotas.



Olha, o que você tem nas mãos é, acima de tudo, um discão de rock. Coisa fina, de primeira linha. Que fala de assuntos que eu, você e qualquer um entende. Genuíno reflexo daquilo feito com paixão, o ingrediente essencial das boas receitas. Como o Beto disse: "É preciso ser verdadeiro e manter a música em primeiro lugar, antes do penteado, da roupa ou do dinheiro. E é isso o que eu gostaria de ver mais nas bandas de hoje".



A Cachorro Grande é a mais irreverente e carismática banda do rock nacional na atualidade, e Cinema é a sua mais nova empreitada. Abra uma cerveja e ouça sem moderação!



Por Henrique Inglez de Souza.
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