VISAGENS NORDESTINAS
NOVO CD DA CABRUÊRA FAZ PARTE DE PROJETO DE ARTES INTEGRADAS QUE UNE A MÚSICA DO GRUPO PARAIBANO, O TRABALHO FOTOGRÁFICO DE AUGUSTO PESSOA E TEXTOS DO CITARISTA ALBERTO MARSICANO
"Nordeste, vórtex magnético, chakra terrestre onde várias tradições magísticas se entrelaçam. O Nordeste oculto, o Nordeste abissal, o Nordeste secreto, o Nordeste não mapeado pelo ardil cultural colonizador. Esse trabalho resgata uma tradição iniciática que resistindo séculos de inquisição, colonialismo, intolerância religiosa e demais tentativas de "demonizar" a civilização nordestina, mantém-se solene e incólume geração pós geração"
O texto - intenso e ao mesmo tempo poético - de Alberto Marsicano, prefacia o projeto Visagens Nordestinas e introduz o leitor-ouvinte numa intrigante fusão de música e imagem. Reunindo num só produto o trabalho do fotógrafo Augusto Pessoa e o som da banda Cabruêra, Visagens Nordestinas mergulha na vasta e pouca conhecida dimensão metafísica do Nordeste brasileiro e revela um universo povoado de tradição e conhecimento. Da Umbanda ao Padre Cícero, de Antônio Conselheiro aos ciganos, dos vaqueiros aboiadores aos índios e seus mágicos rituais. Uma aventura fantástica, narrada através da música e da fotografia.
NORDESTE OCULTO | Cabruêra
Com 13 anos de estrada e 11 turnês pela Europa, a Cabruêra lança agora o Nordeste Oculto, seu quinto CD. Com direção artística do citarista-filósofo Alberto Marsicano - ex-discípulo de Ravi Shankar e introdutor da cítara no Brasil - e a participação de grandes nomes da nova geração da música brasileira, Nordeste Oculto reflete a maturidade de uma das bandas mais inventivas dos últimos anos e viaja pelas possíveis conexões entre a música nordestina e os sons que sopram do oriente. Um bom exemplo é a faixa Aboio Indiano, onde Chico César entrelaça o mântrico aboio nordestino aos ornamentos da sofisticada técnica vocal clássica indiana, e que tem ainda a participação do músico Chico Correa. Segundo Marsicano, um dos objetivos do disco é introduzir a microtonalidade da cítara na música nordestina, trazendo para o nosso sotaque a influência da música céltica e oriental. Em Nordeste Oculto, faixa que dá título ao álbum, sanfona e cítara se unem para formar um xote com raga capaz de transportar o ouvinte da feira de caruaru até um mercado qualquer do Oriente Médio. Já Beira Mar parece carregar em sua áurea de mistério as influências do lendário Paebirú, de Zé Ramalho e Lula Cortes, considerado um dos vinis mais raros da música brasileira. O som das ondas, que abre e fecha a música, foi gravado por Marsicano no mar do Haiti com o auxílio de centenas de microfones. Em Jurema, a Cabruêra faz uma merecida homenagem aos índios Capinauá, uma etnia que conseguiu sobreviver e manter sua identidade através do uso religioso da planta mágica, típica da caatinga nordestina. Quem também empresta sua poderosa voz de trovador ao disco é o poeta Oliveira de Panelas. Marujo Antigo e Chakra Terrestre são dois poemas do repentista criados exclusivamente para o projeto. Com arranjos de metais escritos por Erivan Araújo e as participações especiais de Kariri (viola), Daniel Jesi (Burro Morto) e Chico Limeira e Nildo Gonzales (Sonora Sambagroove), Nordeste Oculto traz ainda na abertura do disco a inconfundível voz do ator Luis Carlos Vasconcelos (Vau da Sarapalha), interpretando uma livre tradução de Marsicano de um poema de Willian Blake. Quem assina a produção musical do álbum é Haley Guimarães, tecladista da banda paraibana Burro Morto, uma das mais criativas da nova música instrumental brasileira. Disponível para download gratuito no site Overmundo, Nordeste Oculto é o resultado de uma longa pesquisa que transcende os limites do fazer musical e busca penetrar nas entrelinhas dos temas abordados, uma espécie de antropologia musical capaz de balançar, não só as cadeiras, mas principalmente, as cabeças.
Cabruêra é:
Arthur Pessoa, Leo Marinho, Pablo Ramires e Edy Gonzaga
Contato: cabrueramusic@gmail.com / www.cabruera.com.br (+55 83) 88214662
DISCOGRAFIA (álbuns)
- Cabruêra, 2000 - Nikita Music (Brasil) Alula Records (EUA)
- O Samba da Minha Terra, 2004 - Nikita Music (Brasil)
2005 - Piranha Records (Worldwide)
- Projeto Sons da Paraíba, 2005 - Independente.
- Visagem - 2010
- Nordeste Oculto - 2012
DISCOGRAFIA (coletâneas)
- World Cup Party - Alemanha 2006 - Piranha Music
- Busta Brasileira - Japão 2006 - Nikita Music
- Nordeste Atômico 2 - Japão 2006 - JVC
- Favela Chic - França 2004 (também em vinil)- Universal
- Nordeste Atômico - Japão 2005 - JVC
- Vibrations - França 2004
- Brasil All Stars - Alemanha 2002 - Piranha Records
- Brasil Lounge 2 - Portugual 2003- Difference Music
- Brasil Lounge 3 - Portugal 2004 - Difference Music
- Rumos 2005 - Itau Cultural - DMC
- Cantata Popular 2 - Sebo Cultural / 2000
- O Melhor do Forró No Maior São João Do Mundo - BMG / 2000
- Piranha World - Piranha Records / 2001
- Abril Pro Rock 2004 - Astronave / 2004
- Music From Northeast - Astronave / 2004
- News Sounds From Northeast Brazil – Loaka Bop 2006
NORDESTE DESVELADO | Augusto Pessoa
Na capa, uma criança brecha pela lona alaranjada de um circo da zona rural. Uma cena tão simples quanto impactante, metáfora ideal de um Nordeste que se oculta entre as cores do tempo. Ao folhear o livro Nordeste Desvelado, o leitor mais atento não se furtará à questão: "Foram as músicas inspiradas nas fotografias, ou as imagens captadas em função das canções?". A resposta, tal qual um enigma, se esconde na medida em que se revela. Fruto de um trabalho de pesquisa fotográfica iniciado há mais de dez anos pelo fotógrafo paraibano Augusto Pessoa, Nordeste Desvelado faz uma viagem pelo interior do Nordeste brasileiro e apresenta mil Brasis dentro do Brasil. Dos labirintos da Feira de Campina Grande, com seus cantadores de viola, aos cânions do Parque Nacional da Chapada Diamantina, a sequência de imagens se apresenta entrelaçada pelos visagísticos textos de Alberto Marsicano e oferecem uma janela aberta para um particular universo de vida e tradição. Ciganos, romeiros, reisados, artesãos, florestas, rochas, festas, sonhos. visagens. A relação entre a fotografia de Pessoa e o trabalho da Cabruêra se confunde com a origem artística de ambos. No primeiro disco da banda (Samba da Minha Terra, 2004), as mãos estendidas de uma oleira do Quilombo do talhado, Sertão paraibano, inauguram a parceria. No disco seguinte (Visagem, 2010), o penitente cearense Joaquim Mulato aparece na capa segurando o Cruzeiro da Penitência. Em Nordeste Oculto, um sertanejo acende seu cigarro de palha, cuja chama parece rasgar um surrado calendário com a imagem de Nossa Senhora das Candeias pregado numa velha parede de taipa. Em todos os trabalhos, a forte presença de um Nordeste que assume a missão de ser o relicário das tradições culturais herdadas nas inter-relações entre índios, negros e europeus; um Nordeste tão imagético quanto musical. Prêmio Abril de Jornalismo e colaborador de algumas das mais importantes publicações nacionais, Augusto Pessoa percorreu durante uma década todos os estados da região nordestina em busca das imagens que compõem o seu Nordeste Desvelado. O livro é um resumo dessa pesquisa e reflete o aspecto policromático do artista. Apesar de trazer algumas imagens em branco-e-preto, Nordeste Desvelado é, antes de tudo, uma vibrante e saturada paleta de cores, um retrato tão pessoal quanto familiar de um território encantado que é, a propósito, a sua casa.
Augusto Pessoa, contato: augustopessoa3@yahoo.com.br
www.augustopessoa.wordpress.com | (+55 83) 88824594
Alberto Marsicano
Poliglota graduado em filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), possui várias obras publicadas. Foi o introdutor da cítara clássica indiana no Brasil e discípulo de Ravi Shankar e Krishna Chakravarty, da Universidade de Benares – BHU (Índia). Gravou Benares, Benares – Music for Healing and Yoga, Raga do Cerrado, Quintessências, Eletric Sitar (também lançado na China e na Rússia) e Citar Hendrix com o qual foi indicado ao 49° Grammy (USA). Umbandista desde 1975, é médium e Ogan do Templo de Umbanda Sagrada Sete Luzes Divinas.
www.albertomarsicano.tk
VISAGENS NORDESTINAS é patrocinado pelo Programa de Cultura Banco do Nordeste - BNDES - edição 2012.
